Lula viaja de novo, agora para a Cúpula CELAC-UE

por | jul 6, 2023 | 9h

O Planalto informou, nesta quarta-feira, 5, que o presidente Lula já está de malas prontas para uma nova viagem ao exterior. Ele participará, em Bruxelas, nos dias 17 e 18, da Cúpula da CELAC com a União Europeia. A confirmação veio depois de um telefonema com o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, que assumiu no dia 1º, a presidência semestral do Conselho da UE.

A Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), foi criada em 2010 para dar palanque a Cuba, alijada do sistema interamericano desde a sua expulsão da OEA, em 1962. Em janeiro, Lula anunciou que o Brasil retornaria à CELAC depois que o bloco foi esnobado por Jair Bolsonaro. Esta será a primeira cúpula entre os dois mecanismos desde 2015.

De acordo com o Planalto, Pedro Sánchez também convidou Lula para a abertura do Fórum Empresarial da cúpula, ao lado dele e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com quem o brasileiro reuniu-se em junho, em Brasília. No fórum, deverão ser anunciados novos investimentos europeus na América Latina.

A União Europeia está preocupada, principalmente, com a perda de influência na América Latina e Caribe, enquanto cresce a presença da China em toda a região. Além disso, os europeus estão de olho nos minerais raros, abundantes na maioria dos países latino-americanos.

TLC

A participação de Lula na Cúpula CELAC-UE ocorre no contexto em que o governo brasileiro busca modificar algumas exigências feitas pelo bloco europeu para aprovar o Tratado de Livre Comércio com o MERCOSUL. O Brasil acaba de assumir a presidência semestral do bloco.

É possível que o evento em Bruxelas seja apenas uma justificativa para que os dois lados intensifiquem as negociações e destravem o processo de ratificação do TLC. Lula quer arrancar um entendimento ainda durante a presidência brasileira do MERCOSUL, que vai até dezembro.

Durante a 62ª Cúpula do MERCOSUL, realizada esta semana em Puerto Iguazú, Argentina, Lula reiterou que o instrumento adicional apresentado pela UE em março “é inaceitável”, e que o tratado precisa ser equilibrado.