Teve início, nesta terça-feira, 11, a 64ª edição do exercício UNITAS, liderado pelos EUA, por meio da Marinha e do Corpo de Fuzileiros Navais. O evento conta com 26 navios de guerra, três submarinos, 25 aeronaves e aproximadamente 7 mil militares de 20 países, incluindo o Brasil.
Até o próximo dia 21 de julho, os militares realizarão operações de treinamento na costa de Cartagena, e em terra em Covenas e Barranquilla, sempre na Colômbia. “A UNITAS é muito mais que um exercício de duas semanas. Todas as nações participantes dedicaram muito tempo, energia e esforço nos meses de planejamento que antecederam o que será uma das UNITAS mais complexas até hoje”, revelou o almirante Jim Aiken, comandante do Comando Sul das Forças Navais dos EUA.
“Utilizando recursos aéreos, de superfície, subsuperfície e não tripulados e unidades terrestres, o UNITAS fornecerá à força multinacional um ambiente desafiador para conduzir treinamento em todo o espectro de operações marítimas. A UNITAS fortalece as parcerias marítimas, aumenta a proficiência e melhora a interoperabilidade das forças participantes, razão pela qual tantas nações parceiras estão participando este ano”, explicou.
Como parte da futura frota híbrida da Marinha dos EUA, o Chefe de Operações Navais encarregou a 4ª Frota dos EUA de dimensionar plataformas não tripuladas para o nível da frota. Neste sentido, a UNITAS deste ano abordará os principais aspectos das operações multinacionais e combinadas, como padronização de tecnologia e procedimentos operacionais comuns.
“Esta é nossa primeira oportunidade de integrar sistemas não tripulados em nossas operações no mar”, reconheceu Aiken. “A UNITAS costuma servir como um banco de testes para a tecnologia, por isso é apropriado que iniciemos nossa campanha de integração não tripulada para operacionalizar a frota híbrida”, destacou.
Além dos EUA a UNITAS reúne tropas e equipamentos reunirá de Belize, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, República Dominicana, Equador, França, Alemanha, Honduras, Jamaica, México, Panamá, Peru, Paraguai, Espanha, Coreia do Sul, Reino Unido, e Uruguai.
Nesta quarta-feira, 12, será iniciada a fase portuária do exercício que contará com intercâmbios de especialistas no assunto, simpósios profissionais, intercâmbios de pilotos de navios e reuniões de operações. Durante esse período, fuzileiros navais e marinheiros realizarão eventos de treinamento expedicionário em Covenas para incluir operações fluviais e operações de mergulho e salvamento.
Durante a fase de andamento da UNITAS, as forças participarão de eventos que testam todas as operações de guerra, incluindo exercícios de tiro real, como um SINKEX e um pouso anfíbio de navio em terra e retração da força. Guardadas as devidas proporções, os EUA querem usar o exercício para testar equipamentos e estratégias, como fazem na Ucrânia.
“Fuzileiros navais e marinheiros de todos os EUA viajaram para a Colômbia não apenas para treinar ao lado das Forças Armadas dos nossos parceiros, mas também para aprimorar as habilidades necessárias para operar como parte de uma força marítima maior focada no controle e na negação do mar”, detalhou o general David G. Bellon, do Comando Sul.
“Estaremos exercendo comando e controle de uma posição avançada, à medida que os fuzileiros navais estabelecem e empregam operações de base avançada expedicionária para aprimorar as capacidades navais como parte da UNITAS”, assinalou.
O Comando Sul das Forças Navais dos EUA, tem como uma de suas principais prerrogativas, “o apoio às operações militares conjuntas e combinadas, empregando forças marítimas em operações cooperativas de segurança marítima para manter o acesso, aumentar a interoperabilidade e construir parcerias duradouras para aumentar a segurança regional e promover a paz, estabilidade e prosperidade no Caribe, Central e região sul-americana”.
Com a presença cada vez maior de forças militares da China e da Rússia em uma região que os EUA consideram sua zona de influência, os exercícios militares conjuntos ganham cada vez mais importância. Para o Comando Sul, é inadmissível que a região caia nas mãos dos seus principais rivais geopolíticos.