Nesta terça-feira, 18, foi encerrada em Bruxelas, a Cúpula CELAC-UE, sem dúvida alguma, a mais vergonhosa das cúpulas. Um evento que serviu apenas para torrar o dinheiro do contribuinte e enaltecer ditadores e violadores. Com destaque para o papel patético desempenhado por Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha, Ursula von der Leyen, a chefe da UE, e Charles Michel, presidente do Conselho Europeu.
Aos três, coube a tarefa de recepcionar o ditador cubano, Miguel Díaz-Canel, apresentado como presidente de Cuba. Não, não é. Díaz-Canel é o ditador de um regime comunista que já dura 64 anos e onde não há pluralidade de partidos nem eleições livres, mas há mais de mil presos políticos.
Díaz-Canel desembarcou em Bruxelas, de um avião venezuelano. Enquanto a número 2 de Nicolás Maduro, Delcy Rodríguez, aterrizava em um jet privado que foi da Alemanha para apanhá-la em Caracas, por parcos US$ 300 mil. Sancionada pela União Europeia desde 2018, ela lavou a burra.
Rodríguez está proibida de entrar no chamado espaço Schengen, devido às sanções aplicadas pela própria UE, por conta das sistemáticas e institucionais violações dos direitos humanos por parte do regime chavista. Deveria ter sido presa. Foi reverenciada.
Vice-presidente de Nicolás Maduro, Rodríguez é irmã do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, o mesmo que, no início da semana, assegurou que, se houver eleição em 2024, não haverá observadores europeus.
A Venezuela responde, ainda, por 8.900 crimes de lesa humanidade, mantém 300 presos políticos em condições sub-humanas, um número desconhecido de torturados e já “expulsou” 7.2 milhões de pessoas do país. A União Europeia, com o devido respeito, é uma piada.
O representante da ditadura nicaraguense, o ministro das Relações Exteriores, Denis Moncada, foi outro “ilustre” convidado da cúpula. Dá igual que o governo do qual é parte, persiga, prenda, torture e assassine. A União Europeia quer retomar a aliança com a América Latina e o Caribe.
Vale lembrar que, neste momento, a CELAC é presidida pelo não menos “democrático” Ralph Gonsalves, primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, no poder desde 2001. Não é difícil para qualquer calouro de Relações Internacionais, deduzir que a pequena ilha caribenha, não tem qualquer condição de presidir um bloco com 33 países.
Criada em 2011, para reinserir Cuba internacionalmente, a CELAC não passa de um palanque para a ditadura castrista fazer o que bem entender, sob as bençãos dos demais. Para a UE, essas ditaduras não podem servir de desculpa para o distanciamento com a América Latina. É preciso fazer muita vista-grossa, uma vez que o inimigo a ser batido é a China. Dá para dizer que se trata de uma baita incoerência, mas não é. É hipocrisia mesmo. Puríssima.
Até porque, dane-se a América Latina. O que importa para a Europa, são os minérios raros, especialmente o lítio, encontrado em abundância na região. Para ter acesso ao lítio, vale tudo. Inspirada por Lula, a UE relativiza o conceito de democracia sempre que os seus interesses “maiores” estão em jogo.
A Europa verde e limpa, sustentável e politicamente correta, aplica à região, o mesmo tratamento que dá ao Congo, onde 40 mil crianças são exploradas na extração de cobalto, para alimentar os carros elétricos europeus, em nome da salvação do planeta. Olha, que lindo!