Nesta quarta-feira, 20, o chefe da Assessoria Internacional da Presidência da República, Embaixador Celso Amorim, se reuniu com a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos EUA, Victoria Nuland. Na pauta, “as prioridades globais e regionais comuns, incluindo a promoção dos valores democráticos e a cooperação no Conselho de Segurança da ONU, G20 e outros fóruns multilaterais”, segundo nota da Embaixada norte-americana no Brasil.
Em 2014, Victoria Nuland foi flagrada tramando um golpe de Estado na Ucrânia, com o então Embaixador dos EUA em Kiev, Geoffrey Pyatt. À época, Nuland era a secretária de Estado para Assuntos Europeus dos EUA. No diálogo, que foi gravado, Nuland e Pyatt, avaliam a capacidade de alguns líderes da oposição ucraniana, de participarem em um futuro governo simpático aos EUA.
Além de discutirem quem poderia ser o presidente da Ucrânia, em atendimento aos interesses dos EUA, os dois conversam sobre as estratégias para que os protestos na Ucrânia, derrubem o líder Viktor Yanukóvich, o que acabou acontecendo naquele mesmo ano.
“E já sabe, dane-se a UE”, afirmou Nuland, na mesma conversa, em referência à União Europeia, então sob a liderança política de Angela Merkel. Na gravação, ela confirma, ainda, o empréstimo de US$ 5 bilhões a grupos políticos da Ucrânia, para realizarem as manifestações que levaram ao golpe que derrubou o presidente pró-russo.
No governo desde a gestão de Bill Clinton, ela também foi peça chave no governo dos EUA, nas invasões do Iraque e do Afeganistão. Na administração de George W. Bush, Nuland era conselheira do vice-presidente Dick Cheney. No ano passado, ela esteve no Brasil “preocupada” com as eleições presidenciais e a democracia no país.
A própria Nuland difundiu imagens de um encontro com “jovens empreendedores” brasileiros, sem citar nomes ou as instituições que representavam. Não constam detalhes acerca de quem eram esses jovens empreendedores. Já na reunião do diálogo de alto nível, realizada no Itamaraty, ela desconversou sobre a neutralidade do então governo Bolsonaro, em relação à guerra no Leste Europeu. O foco foi a redução da dependência brasileira dos fertilizantes russos.