No dia 15 de setembro, representantes do MERCOSUL e da União Europeia, retomarão as negociações em torno do Tratado de Livre Comércio fechado em 2019, após mias de 20 anos de idas e vindas. As reuniões serão realizadas em Brasília e o bloco sul-americano pretende apresentar uma proposta conjunta para destravá-lo.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, “teremos uma reunião cara-a-cara”. Vieira tem dito que as exigências adicionais apresentadas pelos europeus são draconianas. “As salvaguardas ambientais não podem se converter em um pretexto para a adoção de medidas protecionistas”, reiterou o chanceler.
Ainda segundo ele, as posições de Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, são convergentes. Atualmente, o Brasil preside o MERCOSUL e o país tem sido bastante crítico em relação à postura adotada pelos europeus, que ameaçam embargar as exportações do bloco, considerando que o agronegócio brasileiro só é forte porque desmata, aumentando a chamada “fronteira agrícola”.
Oficialmente, a preocupação seria com o desmatamento na Amazônia, mas o fato objetivo é que a França, pressionada pelo seu setor agrícola, não quer a ratificação do tratado. Áustria e Irlanda, também o rejeitam pela mesma razão e, junto com Paris, não abrem mão dos subsídios que são concedidos aos seus produtores.
Mesmo com todas as declarações oficiais bem otimistas, é pouco provável que as duas partes finalmente concluam as negociações. Contam para isso, o processo eleitoral indefinido na Espanha, que preside o Conselho Europeu e as futuras eleições para o Parlamento Europeu, além da crise política na Europa, provocada pela guerra no Leste.