No dia 15 de outubro, os equatorianos retornarão às urnas para decidir quem será o próximo presidente da República, em uma eleição antecipada e marcada pela violência política, com o assassinato do então candidato Fernando Villavicencio.
O segundo turno, terá a correísta Luisa González, do Movimento Revolução Cidadã, e Daniel Noboa, da aliança Ação Democrática Nacional. Além do chefe do Executivo, serão eleitos também, os 137 membros da Assembleia Nacional. Estas eleições foram antecipadas pelo atual presidente, Guillermo Lasso, depois de uma crise que culminou com a dissolução do Congresso Nacional.
Com uma população de aproximadamente 17,5 milhões de habitantes, o Equador é um país-chave para as pretensões dos EUA na América do Sul. Entre outras coisas, Washington não desistiu de recuperar a Base Militar de Manta, que ocupou por dez anos, de 1999 a 2009.
Portanto, esta eleição não diz respeito apenas aos equatorianos, mas também aos interesses geopolíticos norte-americanos. Com a expansão das presenças chinesa e russa na América Latina, a Casa Branca, o Pentágono e o Departamento de Estado, consideram as eleições no país, potencialmente determinantes para a estabilidade regional.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, do Brasil, “a economia do Equador é caracterizada pela presença de importantes reservas de petróleo, que representam parcela considerável das exportações do país e das receitas governamentais”. Essas reservas são altamente cobiçadas e a eleição de um (a) presidente que possa ser minimamente hostil aos EUA, é suficiente para justificar qualquer tipo de ingerência externa no processo.
Seis pessoas foram implicadas no complô que terminou com o assassinato de Villavicencio. Fontes dos serviços de inteligência equatorianos, asseguram que todos os suspeitos, estrangeiros, são cidadãos ligados direta ou indiretamente à CIA. Curiosamente, o autor dos disparos, foi morto pouco depois do atentado.
O (a) futuro (a) presidente, terá um mandato-tampão que vai de novembro deste ano, até maio de 2025, quando terminaria o período do atual presidente. Enquanto os EUA atuam para preservar os seus interesses geopolíticos, o Equador continua sumido em uma grande crise político-social, com o fortalecimento do crime organizado.
A Colômbia continua sendo o hub norte-americano, a partir de onde os EUA, seja por intermédio da CIA ou de outras agências governamentais e, até mesmo, ONGs, interferem ativamente nos processos políticos internos dos países latino-americanos.
Tal ingerência pode, no caso equatoriano, comprometer de vez o funcionamento do Estado e vulnerabilizar ainda mais a situação política interna. Sob o esgarçado pretexto de defesa da democracia, os EUA tentam recuperar não apenas a influência, mas o poder de decidir os rumos dos países que considera “sua responsabilidade”.