O senador Carlos Viana (PODEMOS-MG), afirmou, nesta quarta-feira, 18, ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que “o Brasil financia o terrorismo ao apoiar, com o seu voto, o ingresso do Irã nos BRICS”. Ele também cobrou mudanças na Política Externa Brasileira e afirmou que “o presidente da República está mal assessorado”.
Mauro Vieira participou de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Ele tinha previsto comparecer, também, à Comissão de Relações Exteriores da Câmara, mas cancelou sua participação sem apresentar justificativas. Na quarta, a CREDN aprovou requerimento de convite para que o chanceler preste esclarecimentos aos deputados.
Diálogo
Em sua exposição, o ministro reiterou a posição brasileira de não classificar o Hamas como organização terrorista, seguindo orientação do Conselho de Segurança da ONU. Revelou, ainda que o Hamas e o seu braço armado, as Brigadas Al Qassam, são considerados terroristas por apenas três países.
Para o governo brasileiro, categorizar o Hamas como organização terrorista, prejudicaria o diálogo estabelecido com um dos principais atores do conflito, para a evacuação de brasileiros de Gaza. Na avaliação da diplomacia brasileira, isso não significa respaldo algum às atividades do grupo.
A resposta não convenceu. Tanto no Senado como na Câmara dos Deputados, o sentimento majoritário é de que o Brasil conseguiu desagradar todo mundo ao manter uma postura extremamente cautelosa. Em Brasília, os embaixadores de Israel e da Palestina, por diferentes motivações, reclamaram do comportamento brasileiro. “O Brasil precisa repensar a sua política externa”, enfatizou Carlos Viana.