Marcelo Rech
Em 2024, cerca de dois bilhões de pessoas participarão de eleições em 50 países. Por enquanto, uma está praticamente cancelada – a de março, na Ucrânia – e outra segue sendo uma incógnita completa – Venezuela. As mais importantes, sem dúvida, pelo alcance global que têm, serão as eleições de 15 a 17 de março, na Rússia, e de 5 de novembro, nos EUA.
Neste mês, já tivemos as eleições presidenciais em Taiwan, que culminou com a vitória de Lai Ching-te, do Partido Democrático Progressista, contrário ao regime comunista chinês e aliado das democracias liberais. Embora Taiwan seja uma pequena ilha, as tensões na região impactam o mundo todo.
Indonésia, México, Índia, Tunísia e Brasil, também realizam eleições entre presidenciais, legislativas e municipais. No âmbito regional, destaque para as eleições do Parlamento Europeu, a serem realizadas entre 6 e 9 de junho. Com a Europa mergulhada em uma crise existencial e liderada por políticos fracos e ineptos, essa eleição ganha ainda mais importância.
No entanto, mesmo com as enormes diferenças culturais e políticas, as eleições guardam algo muito em comum: a descrença das pessoas nos partidos e nos políticos. Com as liberdades cada vez mais sufocadas por uma agenda progressista de cunho totalitário e a situação econômica em geral, muito ruim, as pessoas estão entre céticas e pessimistas com quaisquer resultados.
Direita ou esquerda, não faz nenhuma diferença. Ambos buscam o poder pelo poder. Raríssimos os lugares onde os políticos são vistos como atores da transformação econômica e social. Com as redes sociais, as narrativas ganham muito mais importância que qualquer realização objetiva.
Os políticos nos custam muito caro, são tratados com privilégios inexplicáveis e, em geral, se perpetuam sem devolver absolutamente nada em troca. Não à toa, em todas as regiões do planeta, é cada vez maior o número de pessoas que simplesmente os ignora.